quarta-feira, 9 de março de 2016

O BCE não está a conseguir criar inflação. O que pode fazer a seguir?

"Se as previsões já apontavam quase todas para que o BCE tomasse novas medidas de combate à deflação na reunião agendada para 10 de Março, os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat desfizeram as últimas dúvidas. A inflação na zona euro voltou a cair para valores negativos no mês de Fevereiro reforçando a ideia de que o banco central liderado por Mario Draghi não está a conseguir fazer subir a inflação e que será obrigado a ir mais longe na sua política de estímulos à economia. A dúvida está em saber até onde é que o BCE pode e quer ir.
De acordo com os dados preliminares publicados esta segunda-feira pelo gabinete de estatísticas europeu, a taxa de inflação homóloga na zona euro passou de 0,3% em Janeiro para -0,2% em Fevereiro. É o regresso, passados cinco meses, a um valor negativo para a inflação. A última vez que tal tinha acontecido tinha sido em Setembro do ano passado.
O resultado é em grande parte explicado por aquilo a que se tem assistido no mercado internacional de produtos energéticos. Os valores baixos que se verificam actualmente nos preços do petróleo estão a conduzir a uma pressão em baixa para os valores da inflação, tendo-se acentuado esta tendência em Fevereiro.
No entanto, é também notório que existe uma desaceleração da inflação noutros produtos. A taxa de inflação excluindo os bens mais voláteis como os combustíveis ou os alimentos caiu em Fevereiro de 1% para 0,7%, o que aumenta os receios de que se esteja a assistir a um contágio da pressão deflacionista trazida pelo petróleo para outras classes de produtos.
Uma taxa de inflação negativa, embora possa significar no imediato uma ajuda para o poder de compra dos europeus, constitui a prazo uma ameaça para a evolução da economia e do emprego. Uma economia que caia na armadilha da deflação – com um período prolongado de taxa de inflação negativa – pode conduzir a sucessivos adiamentos de decisões de consumo e investimento por parte das famílias e das empresas, afectando o ritmo da actividade económica e diminuindo o número de empregos.

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